segunda-feira, 4 de abril de 2011

MUITO PRAZER, FUI AO CEP 20.000

VEM MAIS UMA DO CHACAL POR AÍ

Luis Turiba

Chacal está para a poesia carioca, assim como Augusto de Campos está para a paulista e Nicolas Behr para a brasiliense. Todos são ícones da linguagem inventiva de um lugar.

Desde os tempos da Nuvem Cigana, no final da década de 70, que a poesia escrita do Rio de Janeiro passa pelas veias pulsante deste poeta Ricardo. Aliás, Chacal já era o queridíssimo de Wally e Torquato Neto na revista NAVE LOUCA, que foi ultravanguarda na época.

Ao criar o CEP 20000, um espaço livre e vivo para as diversas vozes da poesia com todas as suas nuances e malemolências, Chacal indicou uma trilha as novas gerações e acabou constituindo uma tribo poética dentro da cultura da cidade.

São 21 anos de acontecimentos poéticos no CEP 20000, portanto podemos pensar aí em pelo menos uma ou duas gerações de jovens que se apaixonaram e curtem as palavras, rimas, bossas e outras artimanhas em geral.

Ao voltar a morar no Rio, recentemente, tive a honra e o prazer de ser convidado por ele para recitar alguns poemas nesse espaço sagrado. Juntei-me a outro convidado, o poeta e compositor Nanico; que por sua vez convidou a musicista norte-americana Andréa Moreno Bells, que com seu afiadíssimo cello abrilhantou com dois temas musicais do próprio Nanico – o lindo "Bolero" e a "Bela e a Fera" -, alguns poemas de amor de minha autoria.

Antes, porém, fiz questão de homenagear Chacal, o CEP 20000 e também a cantora amante de poesia Maria Bethânia. Recitei o poema "Língua à Brasileira", uma ode "à língua afiada a Machado" e que pode ser encontrado neste blog.

Foi uma noite memorável que se prolongou, aliás, até dois dias depois quando reencontrei casualmente o poeta Chacal na entrada da estação do metrô Carioca. Ele vestia uma camiseta-poesia que lhe presentei lá no CEP 20000. Nela, pode-se lê uma frase um tanto infame, mas que tem funcionado como alerta para um mundo repleto de tsunamis, terremotos, trombas d´águas, secas e outros cataclismos climáticos:

"O pior cego é aquele que não quer Verde".

Agora, Chacal prepara-se para mais uma grande aventura. Em parceria com a prefeitura do Rio, ele ministrará a oficina FARANI CINCO TRÊS POESIA + PERFORMANCE.

O acontecimento será na Biblioteca Municipal de Botafogo (sim, vida e vivas a uma casa de livros que poderiam estar mortos), para 25 pessoas que serão escolhidas via um questionário; sempre às quintas, das 19 às 21 horas, nos meses de Abril, Maio, Junho e Julho. Portanto, um "intensivão poético" e eu estou dentro.

Quem desejar mais informações pelo e-mail leda.culturario@gmail.com ou

no 21-2273-5099

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