quarta-feira, 13 de abril de 2011

UM POEMA DE AMNERES COM GOSTO DE AMOR E UÍSQUE

DIÁRIO DE VIAGEM

Bilhete de uma poetisa de pileque

Olha só:
"Agora é tarde, Inês é morta.

Ser ou não ser, eis a questão.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

Sonhar mais um sonho impossível,
lutar quando é fácil ceder,
vencer o inimigo invencível,
negar quando a regra é vender.

Sofrer a tortura implacável,
romper a incabível prisáo,
voar no limite improvável,
tocar o inacessível cháo.

Você e eu, eu e você,
Eu e você, você e eu,
Juntinhos.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo".

Olha só:

Que me perdoem Antônio Ferreira,
Shakespeare, Drummond, Vinicius,
Camões, Chico Buarque, Joe Darion,
Tim Maia e Mitch Leigh,

Mas eu só estou bêbada
E como se diz,
O que digo aqui não se escreve.

Então é isso,
Tchau,
Fui.

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