Marcha pela Liberdade reúne 1,5 mil na orla de Copacabana
Manifestantes pedem legalização da maconha e protestam contra homofobia.
Código Florestal e apoio aos bombeiros do Rio também foram abordados.
A Marcha pela Liberdade reuniu cerca de 1,5 mil pessoas na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio, de acordo com policiais militares que acompanhavam a manifestação. Com muitos cartazes, máscaras e adereços, como flores de plástico e malabares, os manifestantes saíram por volta das 15h30 do Posto 6 em direção ao Leme. Ao longo do caminho, entoaram frases de protesto sobre os mais diversos assuntos: "Eu sou maconheiro, com muito orgulho, com muito amor!" e "Pode ser homem, pode ser mulher, eu amo quem eu quiser!" foram algumas das mais cantadas.
O protesto ocupou toda a faixa da direita da Avenida Atlântica, no sentido Leme. Policiais militares, guardas municipais e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) orientavam o trânsito, que ficou congestionado.
Na concentração, no Posto 6, o cineasta Ricardo Targino, um dos organizadores da marcha no Rio, pegou o megafone e deu o tom do protesto: "A nossa pauta é muito grande, e quer disputar espaço com os setores conservadores da nossa sociedade." Targino ressaltou ainda que foi importante a decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às marchas em todo o Brasil, reafirmando a "liberdade de reunião e de expressão de ideias". "Somos gente disposta a discutir e debater outros reais possíveis. Temos a liberdade para tornar sonhos possíveis", concluiu.
maconha (Foto: Bernardo Tabak/G1)
Durante a passeata, pela Avenida Atlântica, novos cantos eram entoados: "1, 2, 3, 4, 5, mil, vamos legalizar a maconha no Brasil" e "Quem não pula quer censura", cantado enquanto todos os manifestantes pulavam. "Eu acho que os brasileiros tem que se engajar, não só para legalizar a maconha, mas por todos os nossos direitos", ressaltou a estudante de Jornalismo Beatriz Garcia, de 22 anos, usando óculos em formato da folha da maconha. "Se a gente não participar, nada muda no Brasil", complementou.
A cineasta Louise Botkay, que divide o tempo entre Brasil e França, tinha chegado há quatro dias de Paris, e resolveu conferir a marcha. "Eu sabia pouco sobre a marcha. Como quase não há manifestações no Brasil, vim ver o que as pessoas estão fazendo", disse. Louise esperava encontrar mais gente, e acredita que o pouco engajamento seja um traço da cultura, da personalidade do brasileiro. "Pode ser até uma certa preguiça. O brasileiro acostumou a engolir tudo e não conhece a própria força que tem", ponderou ela.
pede justiça social (Foto: Bernardo Tabak/G1)
"Na França, toda semana tem uma manifestação", comparou Louise. Apesar da crítica construtiva, a cineasta aprovou o movimento. "O fato de já estar existindo essa marcha é maravilhoso", destacou.
Um dos manifestantes se destacava entre os demais pela irreverência da fantasia. "Estou vestido de papagaio. É o Zé Carioca", contou o americano, que se autointitula Grindo que Fala. "O Zé Carioca tem a ver tanto com o Brasil quanto com os Estados Unidos. Sendo de um país imperial, que já fez tanta besteira na América Latina, foi a forma que encontrei de pedir justiça social", concluiu o gringo.
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