segunda-feira, 20 de junho de 2011

MANGUEIRA É OCUPADA SEM TIROS NEM VIOLÊNCIA

Policiamento segue reforçado no Morro da Mangueira

Durante a madrugada, não houve registro de confrontos.
Cerca de 160 policiais permanecem nos principais pontos da comunidade.

Alba Valéria Mendonça Do G1 RJ

A madrugada foi tranquila no Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio. Não houve registro de confrontos, segundo informou o coronel Carlos Milagres, chefe do estado maior administrativo da PM, na manhã desta segunda-feira (20). Ele informou que 160 policiais seguem na comunidade, sendo 100 no interior da favela e 60 no entorno. Carros das polícias Civil e Militar permanecem nos principais acessos caso haja necessidade de conduzir presos ou material apreendido à delegacia da região.

"A missão era resgatar esta comunidade para a entrada no estado e o resgate da cidadania", disse Milagres. Segundo ele, o objetivo da operação não era prender nem apreender nada.
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"Não adianta criar uma guerra com mortos e feridos e prejuízos para depois vir com um discurso de pacificação. Estudos comprovam que avisar a comunidade antes da comunidade não aumenta a violência com a fuga dos traficantes daqui para outras favelas. Foi reforçado o policiamento no entorno das favelas da mesma facção para evitar uma possível demonstração de força de traficantes".

Balanço
Na noite de domingo (19), a Polícia Civil do Rio divulgou balanço parcial da operação de ocupação. Até as 20h deste domingo, a 17ª DP (São Cristóvão) registrou as seguintes apreensões: 32 veículos recuperados, 300 trouxinhas de maconha, 35 quilos de maconha, 2.504 papelotes de cocaína, 8 tabletes de maconha, 1 tablete de crack, 1.374 pedras de crack, 3 cheirinhos da loló, 2 carregadores de pistola taurus, 1 radiotransmissor, 1 réplica de fuzil e vasto material para endolação. Além disso, foram 2 presos (um em flagrante com drogas e outro por cumprimento de mandado de prisão por tráfico de drogas) e 2 menores detidos (flagrante com drogas).

Mangueira  (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Clima é de tranquilidade na comunidade nesta 
segunda-feira (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)

Por volta das 10h40, policiais chegaram ao alto do morro. Na localidade conhecida como Caixa D´Água, no Morro dos Telégrafos, que pertence à Mangueira, foram hasteadas duas bandeiras - uma do Brasil e outra do estado do Rio - que marcam o fim da megaoperação para a instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade.

A operação
A operação começou às 6h e contou com a participação de 750 pessoas, entre elas cerca de 400 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque, Companhia de Cães, Grupamento Aéreo e 14º BPM (São Cristóvão). As equipes tiveram também o apoio de quatro helicópteros, sendo dois blindados - um deles equipado com câmera com sensor térmico e infravermelho, das polícias Civil e Militar, outras 14 viaturas blindadas das polícias e dos Fuzileiros Navais, além de caminhões, motos, ônibus, ambulâncias, reboques e outros veículos.

Entre os blindados, o anfíbio Lagarta M-113, capaz de derrubar barreiras de concreto e ferro, colocadas pelos traficantes, foi usado para transportar parte da força de ocupação ao alto dos morros. Segundo a PM, ele tem capacidade para levar até 12 pessoas de uma vez e possui uma metralhadora calibre .50, com poder para derrubar até aeronaves.

O trabalho, coordenado pela Secretaria de Segurança do Rio, contou com o uso de aparelhos de GPS instalados nas viaturas da PM e em 70 rádios usados por policiais, que facilitaram a comunicação dos agentes com as equipes que ficaram num centro de operações montado na 111ª Cia. de Apoio de Material Bélico, próximo ao local.

Para o coronel Pinheiro Neto, que tem 27 anos de Polícia Militar, os agentes cumpriram seu papel. "O sentimento é de que o dever está sendo cumprido. A comunidade está receptiva à polícia, o que é significativo, e uma nova página do Rio de Janeiro está sendo cumprida com pacificação do Morro da Mangueira".

Durante toda a manhã, o comércio no morro funcionou normalmente, com bancas de jornais e padarias abertas para atender os moradores.

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