sexta-feira, 8 de março de 2013

RONALD AUGUSTO, POETA ALÉM DO RIO GRANDE DO SUL

SOBRE CONFISSÕES APLICADAS

Ronald Augusto não deixa barato para o leitor. E isso não é de hoje. Desde o genial O homem ao rubro, livro lançado na década de 80, Ronald busca e acha uma dicção enviesada. Quebra o verso num ponto esquisito, cata uma palavra nas entrelinhas do dicionário. Tece um assunto entre desvios. Lasca no meio de tudo uma ironia, uma bronca. Não o leia como quem procura o que ele quer dizer. Entre na festa da fala dele. Entre de penetra, de gaiato. Ele não quer dizer: está dizendo o tempo todo. É mais que significado. E, de repente, salta um significado na sua cara. Ou uma palavra-pedra. Como a pedra entre o feijão, que, segundo o poeta João Cabral de Melo Neto, deve ficar no poema. Uma pedra de quebrar o dente. Pouca gente na poesia brasileira tem uma produção que possa fazer companhia à poesia de Ronald Augusto. Não é poesia concreta, embora tenha um pouco dela. Não é poesia marginal, embora tenha circulado em excelentes livros produzidos a muque. Não é coloquial, cotidiana como a poesia modernista. Mas também tem recortes de fala, dia-a-dia, como um Bandeira negro - não na cor da pele; na cor do verso. A poesia de Ronald também é uma poesia-ensaio, poesia de releitura e de reescritura. Dialoga com tudo o que ele leu e devolve suas respostas em verso. Aqui, nestas Confissões Aplicadas, ele traz a sua produção recente. E mais uma vez desafia o leitor a ficar cara a cara com essa sua linguagem sempre nova.

(Ricardo Silvestrin, em orelha ao livro de Ronald Augusto)
SOBRE CONFISSÕES APLICADAS    Ronald Augusto não deixa barato para o leitor. E isso não é de hoje. Desde o genial O homem ao rubro, livro lançado na década de 80, Ronald busca e acha uma dicção enviesada. Quebra o verso num ponto esquisito, cata uma palavra nas entrelinhas do dicionário. Tece um assunto entre desvios. Lasca no meio de tudo uma ironia, uma bronca. Não o leia como quem procura o que ele quer dizer. Entre na festa da fala dele. Entre de penetra, de gaiato. Ele não quer dizer: está dizendo o tempo todo. É mais que significado. E, de repente, salta um significado na sua cara. Ou uma palavra-pedra. Como a pedra entre o feijão, que, segundo o poeta João Cabral de Melo Neto, deve ficar no poema. Uma pedra de quebrar o dente. Pouca gente na poesia brasileira tem uma produção que possa fazer companhia à poesia de Ronald Augusto. Não é poesia concreta, embora tenha um pouco dela. Não é poesia marginal, embora tenha circulado em excelentes livros produzidos a muque. Não é coloquial, cotidiana como a poesia modernista. Mas também tem recortes de fala, dia-a-dia, como um Bandeira negro - não na cor da pele; na cor do verso. A poesia de Ronald também é uma poesia-ensaio, poesia de releitura e de reescritura. Dialoga com tudo o que ele leu e devolve suas respostas em verso. Aqui, nestas Confissões Aplicadas, ele traz a sua produção recente. E mais uma vez desafia o leitor a ficar cara a cara com essa sua linguagem sempre nova.    (Ricardo Silvestrin, em orelha ao livro de @[100000896011470:2048:Ronald Augusto])

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