GRAFITICES GRAFITAGENS
Um rap de Luis Turiba
GRAFIEIROS, GRAFITAI
GRAFFITIS GRAMATICAIS
GRAFITEIROS SÓ GRAFITA
GRAFFITIS QUE A TINHA DITA
GRAFITEIROS GRAFITAIS
GRIFOS GRITOS E SINAIS (refrão)
Grafitamos na lua cheia a expressão estou vazia
Tinta vermelha escorrida cintilou e foi uma grita
Cá na Terra refletiu-se a ferida suicida
Sentiu-se pingos na noite...era sangue, chuva de vida
Aos raios do Sol clamamos: prolongamento do dia
No canto da mãe Sereia pautamos a nota fria
Mas não sossegamos nisso
Fomos aos Alpes suíços e fixamos um aviso:
Dos signos, a linguagem é a mais subversiva
E saímos a bordar parede após parede
Brincando, na mão o Mundo,
Como quem tem fome ou sede......
Grafamos no Everest: abaixo os clones as pestes!
Bem no pico do Himalaia: s`isso não é ímpar, é maia
Nas cordilheiras dos Andes: pinocheteiros se mandem!
No doce do Pão de Açúcar: êta vidinha insossa!
Na estátua da Liberdade: teje pressa, teje solta!
Nos peitos da Mama África: cadê o leite das moças
Tudo em letras garrafais, invisíveis, fortes, foscas
Pois .....
Nada escapa do espaço d´uma espreitada de spray
Espreitamos a monarquia a coroa e o próprio Rei
Que nu, como bem nascido, pichamos-lhe o corpo
De uma cor e de uma outro o próprio umbigo
No Alaska um fio-dental, na Sibéria um carnaval
No Nepal um samba-enredo com sotaque oriental
Ideogramas chineses voaram dos Dazibaos
E três hai-kais japoneses pousaram no Senegal
Em Wall Street alertamos pra praga dos pré-datados
No deserto do Saara pros oásis enlatados
Em Manhattan desenhamos limosines-ratazanas
E no Rio de Janeiro: Aid´s cuidado Copacabana
Vestimos umas fardas velhas de antigo oficiaiSS
Grafitamos nas estrelas: TORTURA NA TERRA, JAMAIS
Lançamos Jesus pra Cristo e Picasso pra Picão
Ressuscitamos Virgílio, Nero, Pelé, Platão
Nas fábricas nossos grafitis são sempre secos e breves:
FOME! FALTA! FILA! FALHA!
GREVE! GREVE!GREVE! GREVE!
Com a letra A abro Alas
Com a B bebo bem
Com e letra C caço e calo
Com a D dou d´além
No Big-Ben avisamos aos ingleses chãos e chiques
Falta charme à rainha e o príncipe pegou bronquite
Enquanto toda realeza encara a falta de pique
Os irlandeses do U2 cantam no show pic-nic
Com todas tintas tintamos
da negra neve ao alvo piche
E na Escócia escoçamos
uma garrafa de alambique
E atravessamos a Mancha
manchados de mandraquices
Na torre Eiffel penduramos tigres de papel crepom
Em Beirute nos berramos: carro-bomba não é bombom!
E nesse picha-que-picha-que-picha
Que não tem lixa que limpe
Paredes são galerias, são taças que tal um brinde?
Pois...
O spray na mão criadora de um pichante apaixonado
Transmuta armas em flores, em arco-íris em fados
Nestes riscos supersônicos mensagem do além do além
Tem muito mais que o alônico daquilo que todos vêem
A bomba Agá, por exemplo,
de mortífero cogumelo
Em uma jatada de riscos,
sem estrondo horror ou gritos
No riso de um simples elo,
passa a ser um bom templo
Pirulito ou cogumelo
Chega a cheirar o impossível,
Une judeus palestinos
Separa a foice e o martelo
GRAFITEIROS GRAFITAIS
GRAFFITIS GRAMATICAIS
GRAFITEIRO SÓ GRAFITA
GRAFFITI QUE A TINTA DITA
GRAFITEIROS GRAFITAIS
GRIFOS GRITOS E SINAIS
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