Mãe de Tom Capone emociona artistas de Brasília

Dona Maria Lúcia se torna a primeira musa dos 50 anos da capitalLuis Turiba

O nome do produtor musical brasiliense Tom Capone, sete anos diretor artístico da Warner e vencedor de cinco diferentes Grammy’s (o Oscar da música), foi relembrado em sessão plenária na Câmara Legislativa realizada hoje (7 de maio), onde artistas, produtores, dirigentes culturais e deputados debateram em audiência pública, os primeiros passos para montagem de uma estratégia para as comemorações do cinqüentenário de Brasília, que acontecerá em 2010.

A lembrança do produtor musical de Gilberto Gil, morto aos 37anos num acidente com moto em Los Angeles, EUA, em 2004, partiu da mãe do artista, Maria Lúcia Ferreira Gonçalves, que fez um pronunciamento que emocionou aos presentes.
“Tenho muito orgulho do trabalho deixado por meu filho Tom, Foram 5 Grammy’s. Ele me mandou este (ela levou o troféu para a tribuna), o primeiro, com um recado: - atrás deste virão outros”. E vieram mais quatro. Este Grammy foi pela produção musical de “Eu, Tu, Eles” de Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura.”
Tom começou sua carreira musical em Brasília e aqui produziu o primeiro disco de Rosa Passos. Na sua carreira, produziu 20 discos de
“Assim, vivi através dele, a trajetória de grandes artistas”, prosseguiu ela.
“Estou aqui para falar de valorização, memória, incentivo, cultura e oportunidade. Houve tempo em que Brasília cantava, vibrava ao som que nascia de seus meninos. Eles tinham onde tocar e mostrar seu trabalho. Cresciam em qualidade e multiplicavam seus shows. Não foi por acaso que saíram daqui Legião Urbana, Raimundos, Oswaldo Montenegro, Cássia Eller e quantos mais...Mas quem se lembra do “Feijão”? Tom morreu dizendo que ele era o maior guitarrista do mundo!!! Morreu de meningite, só Tom volta e meia lembrava dele. Frejat, Natruts, Mac Willians, Dunga, Mauro Mazolli, Álvaro Alencar, Bernando Palmeiro, Jamaica, todos filhos talentosos de Brasília.”
Maria Lúcia Ferreira continuou: “E a capital festeja em grande pompa o seu aniversário...mas seus filhos não são convidados para tocar. São excluídos como coisa de menos valia. Seus dirigentes escolheram de portas fechados o que é bom para o povo escutar. É assim que se mata a criação. (...) Não aceitem mais que lhe digam o que é bom para a cidade. O talento mora aqui. Não se tornem invisíveis. Mostrem a cara, façam ouvir alto seus instrumentos e toquem, toquem.”
Foi aplaudida de pé pelo secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho; por deputados distritais como o governista Eurides Brito, os oposicionistas Caba Patrício e Érica Kokai; e por mais de 100 artistas e produtores presentes na audiência pública. Assim, Dona Lúcia se tornou a primeira grande musa do cinqüentenário de Brasília.