Tudo o que permeia a história de nossa jovem capital federal, nos remete ao sonho, ao místico, as coincidências e inspirações extraordinárias, e nela, abre-se um campo de suposições e até mesmo nos transporta ao imaginário.
Brasília é um invento que transborda as pranchetas de seu traçado arquitetônico pois apesar de planejada, temos às vezes a impressão de que em parte ela é fruto do inconsciente e que rouba pra si, todo um universo de sonhos, mitos, lendas e fatos que convergiram para a vasta região do Planalto Central brasileiro, para compor sua pré-história.
Brasília nos desafia e nos encanta à medida que nos afastamos de sua imagem de centro nervoso de nossa política governamental. Ela é sim, uma obra do homem, porém ela é certamente o resultado de inspirações, uma obra de arte, desenhada em um quadrilátero, compondo a paisagem harmoniosamente no encontro de céu e terra, como se ela já existisse invisivelmente antes da sua construção.
Ela é a multiface do Brasil e do mundo, o que lhe dá a mestiçagem da aparência de seu urbanismo e arquitetura, bem como os contornos físicos e culturais do seu povo. Brasília nos faz viajar constantemente, do imaginário extraterrestre à mitologia indígena; um pouco Maia, Asteca, Inca, Egípcia ou mesmo o que imaginamos ser divino-celestial.
Grandes nomes de nossa história, direta ou indiretamente, se conectam a ela. A idéia de se plantar a capital do Brasil no centro de seu território, nasce nos primórdios da colonização e desbravamento de nossa terra.
De Marquês de Pombal a JK, passa por Tiradentes e os ideais da inconfidência, pela declaração de nossa independência e o batismo de seu nome, por José Bonifácio até os primeiros anos da então Jovem República Brasileira. Descreve uma trajetória de pioneirismo com a marcha para o oeste através da expedição de Louis Cruls, desencadeando mais tarde um grande êxodo de brasileiros desterrados, para a sua construção.
No ano em que se comemora os seus 50 anos de vida, a capital de todos os brasileiros e patrimônio da humanidade, merece de todos nós, uma homenagem e a Beija-Flor de Nilópolis tem o orgulho de fazê-la. Por sua complexidade e importância para o Brasil e o mundo, por sua peculiar história, de imaginações, de visões e visionários, de desbravamento e pioneirismo, de coragem e triunfo da vontade política de um brasileiro e por ser ela, um monumento ao arrojo de nossa engenharia e arquitetura, Brasília, do Sonho à Realidade, empresta sua beleza para enfeitar o samba.
Um comentário:
muito querido poeta,
quando se escreve com o coração, faz toda uma diferença. parabéns pela narrativa poética acerca de brasília.
por oportuno, uma pérola de Newton Rossi:
"Erguem-se prédios e casas
Para o futuro abrigar...
A cruz no chão ... duas asas ...
E o pensamento a voar.
Postar um comentário