quarta-feira, 24 de junho de 2009

O fim do diploma e a cozinha da redação

Por Romário Schettino
Presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF

É falsa a afirmação de que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) não muda nada na profissão do jornalista. Assim como é falso o argumento de que a decisão foi baseada na defesa da liberdade de expressão, como se essa estivesse ameaçada pelos jornalistas diplomados.

Para os ministros togados do STF, basta o interessado ingressar em uma redação amiga para aprender a ser jornalista, como se jornalismo fosse apenas a emissão de opinião e não, fundamentalmente, a apuração dos fatos (reportagem) com o uso de técnica específica e ética profissional. Quem decide o que será divulgado não é o jornalista, mas o dono do negócio, ou seja, o empresário da comunicação.

À exceção de do ministro Marco Aurélio, que compreendeu a necessidade de uma formação mínima, os outros oito embarcaram na absurda tese de Gilmar Mendes, segundo a qual não há diferença entre fritar um ovo e escrever uma matéria. A cozinha do jornal, senhor ministro, tem outro significado, bem mais sutil.







Um comentário:

d.b disse...

cara, sou obrigado a discordar, embora eu não tenha diploma algum.

afinal de contas, o fato de alguém ter um diploma não quer dizer em absoluto que ele esteja de fato preparado para exercer tão sacrossanta profissão. da mesma forma, o fato de alguém não possuir o diploma também não quer dizer que ela não o esteja.

existem muitas pessoas oportunistas nesse mundo... assim como no jornalismo existem muitos pedagogos que se lixam para a pedagogia, muitos advogados que se lixam para a lei, muitos políticos que se lixam para o povo.

por outro lado, o diploma de jornalismo não pode ser tido como um certificado de ética profissional, pois se assim o fosse, não teríamos tanto jornalismo de segunda categoria sendo praticado por aí.

e quem disse que o certo é o que a gente aprende na faculdade?

quem definiu o que é o certo? certo pra quem?