Luis Turiba
Ó órgão vernacular alongado
hábil áspero ponteado
móvel Nobel ágil tátil
Amálgama lusa malvada
degusta deglute deflora
mas qual fora antropofágica
salva a pátria mal amada
Língua-de-trapo Língua solta
Língua ferina Língua douta
Língua cheia de saliva
Saravá Língua-de-fogo e fósforo
Viva & declinativa
Língua fônica apócrifa
Lusófona & arcaica
Crioula Iorubaica
Língua-de-sogra Língua provecta
Língua morta & ressurecta
Língua tonal viperina
Palmo de neolatina
Poema em linha reta
Lusíadas no fim do túnel
Caetano não fica mudo
Nem "Seo" Manual lá da esquina
Por ti Gueras Errante, afro-gueixa
O mar se abre o sol se deita
Por Mários de Sgarana
Por magos de Saramagos
Viva os lábios!!
Viva os livros!!
Dos Rosas Campos & Netos
Os léxicos, Andrades, os êxtases
Toda a síntese da sintaxe
Dos erros milionários
Desses malandros otários
Descartáveis de gorjetas
Língua afiada a Machado
Afinal, cabeça afeita
Desafinada índia-preta
Por cruzas mil linguageiras
A coisa mais Língua que existe
É o beijo da impureza
Desta Língua que adeja
Toda brisa brasileira
Por mim,
Tupi,
por tu, Guesa
Postado por Luis Turiba às 12:21
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