quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POESIA DE VANGUARDA DE ERTHOS ALBINO

De 24/8 a 24/10, o Centro Cultural do Rio de Janeiro apresenta a exposição Erthos Albino de Souza. Poesia: do dáctilo ao dígito, com curadoria dos poetas Augusto de Campos e André Vallias. Na data da abertura será realizada, às 19h30, uma mesa-redonda com os curadores e com o também poeta Carlos Ávila.

 

A mostra faz um amplo apanhado da produção de Erthos Albino de Souza (1932-2000): dos primeiros poemas feitos com máquina de escrever, no final da década de 1960, às impressões em computador mainframe, realizadas durante os anos de 1970, que fazem dele um relevante precursor da chamada "poesia digital"; dos "poesignos" – logotipos poéticos – aos poemas-objeto e colagens fotográficas.

 

Mineiro de Ubá, radicado em Salvador – ou "ubáiano" como ele mesmo se definia –, esse entusiasta da poesia de vanguarda, patrocinava projetos de Augusto de Campos e de outros concretistas, mas não se animava em publicar os próprios trabalhos. "Erthos preocupava-se, angelicalmente, acima de tudo com os outros, e ficava feliz com o êxito dos projetos e das obras dos poetas em que acreditava e que financiava com a maior e mais desinteressada generosidade", explica Augusto de Campos.

 

O contato entre Erthos Albino e Augusto e Haroldo de Campos começou em 1962, quando ele tomou conhecimento dos primeiros estudos que os irmãos realizavam sobre o poeta maranhense Sousândrade. Erthos, então engenheiro da Petrobras em Salvador, se propôs a financiar o projeto de resgate da obra do poeta, sem conhecer os autores pessoalmente – o contato era só por cartas até 1969.

 

Erthos foi um grande pesquisador, responsável por inúmeras descobertas de textos de Pedro Kilkerry, Patrícia Galvão (Pagu) e Sousândrade, tendo ainda realizado um trabalho pioneiro de análise estatística de textos literários por intermédio do computador. Em 1973, fundou, com o poeta e antropólogo Antônio Risério, a revista Código, publicação brasileira de poesia de vanguarda, que teve 12 números e circulou até 1989. Suas obras criativas foram disseminadas nas revistas experimentais da época, como Pólen, a própria Código, Qorpo Estranho, Artéria, Muda e Atlas.

 

Erthos Albino. Poesia: do dáctilo ao dígito

Abertura: 24 de agosto, às 19h30

Mesa-redonda com Augusto de Campos, André Vallias e Carlos Ávila

Entrada gratuita. Senhas serão distribuídas 1 hora antes de evento.

 

Visitação: de 25 de agosto a 24 de outubro de 2010

De terça a sexta, das 13h às 20h

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Entrada franca.

Classificação livre.

Visitas monitoradas para escolas: agendar pelo telefone (21) 3284-7400.

 

Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro

Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea

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