segunda-feira, 30 de agosto de 2010

POETAS LANÇAM LIVROS E ADOTAM ESCOLAS


Em ação inédita, poesia vai ao encontro de escolas carentes do DF

Demorou quase dois anos a gestação da coleção de livros de poesia "OIPOema" que será finalmente lançada nessa primeira quinzena de setembro por seis poetas que compõem o grupo – Amneres, Angélica Torres Lima, Bic Prado, Cristiane Sobral, Luis Turiba e Nicolas Behr.
Para dar mais impacto a coleção, junta-se ao grupo o poeta-desing Luis Eduardo Resende, o Resa, que está lançando um catálogo de poemas visuais, o "Miserere Nobis". Todos foram produzidos pela produtora Sinhá com o apoio do FAC.
Como se sete livros com poemas de todos os estilos não bastasse para cobrir de "significâncias" essa terrível seca de Brasília, e para dar maior impacto cultural ao histórico lançamento, o grupo OIPoema tomou a iniciativa de adotar escolas públicas de áreas carentes do DF como contrapartida do apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Afinal, poesia começa e se desenvolve na escola. É lá que começam a ser formados os futuros leitores pois sem leitores não há escritores nem poetas.
"A leitura cria a fantasia para a criança, além de ser também uma forte ação social e ajudar no combate ao avanço do crack entre os nossos jovens", afirma o poeta Luis Turiba, coordenador da coleção.
Baseados nesse princípio, os "Ois" poetas, que trabalham sem nenhum patrocínio de empresas de telefonia celular, estão adotando seis diferentes escolas públicas em áreas carentes de Brasília.
Os livros são "Luzidianas", de Angélica Torres Lima; "Não vou mais lavar os pratos", de Cristiane Sobral, "Poemas de um livro verde", de Bic Prado; "Diário da Poesia em Combustão", de Amneres; "Meiaoito" de Luis Turiba; e "Bagaço da Laranja II" de Nicolas Behr.
 
Dinamizando as relações

 
A ideia nasceu como ação de contrapartida do projeto junto ao FAC e evoluiu quando o poeta Luis Turiba lançou no primeiro semestre deste ano o livro infantil "Luísa Lulusa, a atriz principal" e passou a visitar escolas fazendo recitais.
"É uma sensação maravilhosa recitar versos para a criançada. Fui as escolas com Luísa, minha musa inspiradora que está com 12 anos, e nos deliciamos", afirma Turiba.
Visitar e adotar escolas, aliás, já é um costume antigo do poeta Nicolas Behr. Ele adotou há anos uma paupérrima no Vale do Paranã, cidade de Posses, Goiás, a 350 quilômetros de Brasília. Todo ano visita a escola e leva livros, computadores, material escolar, além de roupas, sapatos, brinquedos. No ano passado, Behr convidou o poeta-diplomata Francisco Alvim para acompanhá-lo. "Foi uma aventura inesquecível", confirma Chico.
Assim, os poetas do OIPoema desejavam fazer algo a mais do que doar livros para o FAC, que normalmente ficam engavetados lá na secretaria de Cultura.
Luis Turiba adotará a Escola Classe da Vila Buritis, em Planaltina, onde conheceu a professora Ana Reis que organiza uma sala de leitura interativa para os alunos. A visita para o início dos trabalhos foi no dia 31 de agosto. Ele levou livros próprios e de outros autores para engordar a biblioteca da escola. O mesmo farão os demais poetas.
Angélica Torres Lima, por exemplo, ficará com a Escola Classe n° 3 do Núcleo Bandeirante, enquanto Amneres fará seu trabalho junto ao Centro de Ensino Médio do Paranoá.
A ecológica poeta Bic Prado trabalhará com os alunos da Escola Classe de Itapoã; Cristiane Sobral com o Centro de Atenção Integral à Criança - CAIC Juscelino Kubitscheck, no Park Way e o poeta símbolo de Brasília Nicolas Behr adorará a Escola Classe do Varjão, onde a diretora Cláudia Maria o espera juntos com seus alunos de braços abertos.

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