Teresa Cristina encanta o público em show com as raízes do melhor samba
Irlam Rocha Lima
Publicação: 17/08/2010 07:00 Atualização: 17/08/2010 00:08
A Lapa perdeu sua estrela para Brasília no último fim de semana. De sexta-feira a domingo, o brilho de Teresa Cristina deixou, momentaneamente, de iluminar o bairro boêmio do Rio de Janeiro e se espalhou pelo Setor Bancário Sul. Ali, no Teatro da Caixa, a cantora fez um show memorável, proporcionando entusiasmo e emoção ao público que lotou o espaço nas três noites.
Teresa tem marcado presença nos palcos da cidade desde o começo da carreira, há oito anos, mas foi desta vez, ao deixar a timidez de lado, que fez a melhor apresentação. Bem à vontade, exibiu interessante performance cênica, acompanhada por banda competente em que a músicos do Grupo Semente — João Callado (cavaquinho), Bernardo Dantas (violão) e Trambique (percussão) — se juntaram outros bons instrumentistas: os percussionistas André Siqueira e Paulino Dias, e o flautista e saxofonista Alexandre Caldi.
Sambista por formação, a cantora mostrou intimidade com outros gêneros, ao interpretar suavemente as canções Cantar, Poesia e Lembrança, de sua autoria, o blues A história de Lily Brown (Edu Lobo e Chico Buarque), a embolada O que vier eu traço (Alvaiade e Zé Maria) e músicas que evocam o universo dos cultos afro-brasileiros, como Capitão do mato e Morada divina.
Como em Melhor assim, o CD e DVD que deu origem ao show, Teresa abriu os trabalhos belamente com A voz de uma pessoa vitoriosa, de Caetano Veloso e Wally Salomão, cantada à capela; e emendou — já na companhia da banda — com o samba clássico Cantando, de Paulinho da Viola. Aliás, os sambas estiveram em destaque no roteiro. Os espectadores foram ao deleite ao ouvi-la em Trégua suspensa (dela, em parceria com Lula Queiroga), Pura semente (Arlindo Cruz e Acyr Marques ) e Coisas banais, com o qual homenageou Candeia e Paulinho da Viola. "Esses dois mestres marcaram a história da minha vida", afirmou.
Arranjos
Mas foi com o sucesso instantâneo Beijo sem, samba esperto de Adriana Calcanhotto que fala da mulher libertária que vai à Lapa decotada, vira todas, beija bem e se joga na madrugada, que a cantora viu as fãs reagirem com alegria e cumplicidade. Mas Teresa fez mais: com arranjos de João Calado, transformou Gema (Caetano) e A felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) em sambas rasgados.
Feliz da vida "com a vitória do meu Vascão" (2 x 1 sobre o Grêmio Prudente) e com a acolhida do público, Teresa deixou-se ficar no palco por duas horas. Para ter ideia, voltou à cena nada menos que quatro vezes. No último bis, com todo mundo de pé, cantando e sambando junto, homenageou a Portela com Foi um rio que passou em minha vida, o hino da escola de samba de Madureira, composto por Paulinho da Viola.
Antes de deixar o palco, perguntou se alguém estava fazendo filmagem para colocar no YouTube. Como algumas pessoas responderam afirmativamente, ela propôs, para a despedida, juntarem as vozes e a energia em Vou festejar (Jorge Aragão, Neoci e Dida), grande sucesso de Beth Carvalho. "Quero mostrar esse vídeo à Beth, que está recuperando-se de uma cirurgia na coluna", explicou
Teresa Cristina: homenagem a mestres como Paulinho da Viola, Chico Buarque e Caetano Veloso |
Sambista por formação, a cantora mostrou intimidade com outros gêneros, ao interpretar suavemente as canções Cantar, Poesia e Lembrança, de sua autoria, o blues A história de Lily Brown (Edu Lobo e Chico Buarque), a embolada O que vier eu traço (Alvaiade e Zé Maria) e músicas que evocam o universo dos cultos afro-brasileiros, como Capitão do mato e Morada divina.
Como em Melhor assim, o CD e DVD que deu origem ao show, Teresa abriu os trabalhos belamente com A voz de uma pessoa vitoriosa, de Caetano Veloso e Wally Salomão, cantada à capela; e emendou — já na companhia da banda — com o samba clássico Cantando, de Paulinho da Viola. Aliás, os sambas estiveram em destaque no roteiro. Os espectadores foram ao deleite ao ouvi-la em Trégua suspensa (dela, em parceria com Lula Queiroga), Pura semente (Arlindo Cruz e Acyr Marques ) e Coisas banais, com o qual homenageou Candeia e Paulinho da Viola. "Esses dois mestres marcaram a história da minha vida", afirmou.
Arranjos
Mas foi com o sucesso instantâneo Beijo sem, samba esperto de Adriana Calcanhotto que fala da mulher libertária que vai à Lapa decotada, vira todas, beija bem e se joga na madrugada, que a cantora viu as fãs reagirem com alegria e cumplicidade. Mas Teresa fez mais: com arranjos de João Calado, transformou Gema (Caetano) e A felicidade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) em sambas rasgados.
Feliz da vida "com a vitória do meu Vascão" (2 x 1 sobre o Grêmio Prudente) e com a acolhida do público, Teresa deixou-se ficar no palco por duas horas. Para ter ideia, voltou à cena nada menos que quatro vezes. No último bis, com todo mundo de pé, cantando e sambando junto, homenageou a Portela com Foi um rio que passou em minha vida, o hino da escola de samba de Madureira, composto por Paulinho da Viola.
Antes de deixar o palco, perguntou se alguém estava fazendo filmagem para colocar no YouTube. Como algumas pessoas responderam afirmativamente, ela propôs, para a despedida, juntarem as vozes e a energia em Vou festejar (Jorge Aragão, Neoci e Dida), grande sucesso de Beth Carvalho. "Quero mostrar esse vídeo à Beth, que está recuperando-se de uma cirurgia na coluna", explicou
Um comentário:
Show realmente lindo, irreparável, repleto de energias boas e sambas memoráveis.
Valeu Teresa Cristina, a nova dama do samba brasileiro
Luis Turiba
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