sexta-feira, 25 de março de 2011

CULTURA DOS VIVOS NA INTERNET

Por Luis Turiba
 
O artigo "A obra aberta" publicado hoje (25/3/11) no Segundo Caderno de O Globo, pelo sociólogo-pop Hermano Viana, é um dos textos mais lúcidos publicados na mídia sobre o fenômeno da Internet.
Na realidade, Hermano se baseia em outro artigo e afirma que "o comentário mais inspirador sobre a transformação que a internet provocou na vida cultural foi publicado por José Miguel Wisnik em sua coluna", também em O Globo, de 5/3/11. Ou seja: um artigo, que provocou um comentário, que agora está sendo replicado. Uma obra com efeito dominó, digna desses tempos ciberméticos.
 
Mas no momento que meu blog chega a casa dos 50 mil visitas - algo pequeno, mas de grande significado em termos de gente, leitores, pesquisadores, etc -, o poeta-pensador Miguel Wisnik nos diz em seu artigo global que (cito Hermano Viana) "na era pré-digital, as coisas eram decantadas pelo tempo. Porque o seu valor e seu preço simbólico eram ditados pela capacidade de sobreviver à morte. A cultura era em grande parte um cultos aos mortos".
 
Hermano diz então que a Internet "aumentou assustadoramente o número de vivos". E ainda citando Wisnik, pergunta:
 
"Quem dá conta da cascata infinita de autores de tudo? Quem decanta essa massa informe e simultânea, epidérmica, cheia de potencialidades e de enganos?"
Para Hermano Viana, essas indagações contêm os principais desafios da cultura contemporânea. "O que fazer com tanta vida, transbordante e caótica que não cabe mais nos modelos de negócio e nas intituições artísticas que até outro dia tentavam organizar nossa relação com a cultura?"
 
Bem, Hermano mergulha nas ponderações de José Miguel Wisnik e ambos vão fazendo no artigo "A Obra Aberta" reflexões e indicações  de mudanças radicais no modo de agir, fazer, pensar e propor cultura no mundo digital.
 
  

Nenhum comentário: