O LADO LÚDICO DA ALMA
Luiz Martins da Silva
É o outro lado do espelho,
O tal espírito da festa,
Qualquer bobo fica sábio,
Qualquer sábio fica besta.
Vira e mexe, qualquer coisa
-- Pretexto de fantasia --,
A alma virada ao avesso,
Despida, entregue à folia.
Máscara de irreverência,
Que é singular e plural:
Carnavais não voltam mais,
Mas o ritual volta sempre.
Sua lógica é o absurdo,
Sua poética, devaneio.
No seu reinado bem curto,
Momo prova ao que veio!
Na quarta-feira de cinzas,
O Demônio de volta ao normal,
Guardião de brasa lenta,
Para o próximo Carnaval.
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