Issao Imamura e Keiji Nakajima trabalharam nas escolas de samba do Rio.
Tremor de magnitude 8,9 atingiu a costa nordeste do Japão.
Uma semana após o início dos desfiles das escolas de samba do Rio, o ilusionista Issao Imamura, que atuou na comissão de frente da Beija-Flor, e o japonês Keiji Nakajima, diretor de alegorias do Império da Tijuca, acordaram nesta sexta-feira (11) com a notícia de um forte terremoto no Japão. Preocupados, eles afirmaram que só conseguiram se tranquilizar após notícias dos parentes.
O terremoto de magnitude 8,9 que atingiu a costa nordeste do Japão, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), gerou um tsunami (onda gigante com potencial destrutivo) de até dez metros de altura que varreu a costa do país, e deixou mais de 300 mortos e quase 600 desaparecidos, além de ter destruído regiões inteiras. O tremor foi o 7º pior na história, segundo a agência americana.
Neto de japoneses, Issao Imamura chegou a comparar a tragédia com o ataque às torres do World Trade Center, em Nova York, em 2001. Sem saber então a dimensão do problema, ele afirmou que ficou assustado e preocupado com os parentes que moram em Hakata, distrito de Fukuoka, no sul do país. No entanto, ele disse que seus familiares estão bem, já que a região não foi afetada.
"Graças a Deus ninguém da minha família foi atingida pelo terremoto. Eles estão na região sul e o tremor foi registrado mais ao nordeste do país. Eu fiquei muito assustado e a minha primeira reação foi tentar entrar em contato com eles, quando eu consegui, veio o alívio. Eu também tenho amigos em Tókio e ainda não consegui falar com eles. Eu ainda estou impressionado com tudo isso", disse.
Issao foi um dos responsáveis pela comissão de frente da Beija-Flor de Nilópolis, campeã do carnaval carioca de 2011. Em meio aos preparativos para se apresentar no desfile das campeãs, no próximo sábado (12), o ilusionista afirmou que vai estar na Marquês de Sapucaí, mas com os pensamentos voltados às vítimas da tragédia: "Eu ainda estou tentando entender o que está acontecendo com esse mundo agora. Não dá para não se comover com tudo isso", completou.
Diretor de alegorias diz que parentes sentiram abalos
Diretor geral de alegorias do Império da Tijuca, o japonês Keiji Nakajima também ficou sobressaltado com a notícia do terremoto. Seus familiares moram em Kofu, cidade que fica a cerca de 80 quilômetros de Tókio. Segundo ele, sua tia e primas contaram que chegaram a sentir alguns abalos, mas só ficaram sabendo da extensão dos estragos depois que viram o noticiário.
Keiji, de 58 anos, mora no Brasil há 50. Em maio de 2010, com a ajuda de uma produtora japonesa, que desembarcou no Rio e o localizou para fazer um documentário sobre carnaval, voltou à sua terra natal e conseguiu encontrar alguns parentes de seus pais. A Império da Tijuca desfilou pelo Grupo de Acesso A do Rio de Janeiro, e ficou em sétimo lugar no carnaval deste ano."Imediatamente liguei para meus familiares, mas felizmente todos estavam bem, apesar de alguns transtornos", disse ele, que completou: "Como os trens pararam de circular, por questão de segurança, os maridos das minhas primas, que trabalham em Tókio, não puderam voltar para casa. Mas ligaram dizendo que estavam bem. Eles estão a 1h30 de suas casas e não conseguem chegar".
Tragédia deixou mais de 170 mortos
A Polícia Nacional informou que 178 pessoas morreram, 584 estão desaparecidas e ao menos 947 estão feridas. A polícia da província de Miyagi disse que outros 300 corpos de vítimas do tsunami foram encontrados na região costeira da cidade de Sendai. As autoridades acreditam que são corpos de residentes que morreram afogados pela onda de dez metros de altura que atingiu o litoral.
A agência Kyodo e outros veículos estimaram que o número de mortos pode passar de mil. A maioria deles teria morrido afogada.
O abalo provocou um tsunami que alcançou áreas da cidade japonesa de Sendai, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês.
Carros, barcos foram arrastados, casas e outras infraestruturas foram destruídas, e as imagens da destruição, feitas de helicóptero, são impressionantes. Um vídeo da TV local mostrou a onda gigantearrastando carros em sua chegada à costa.
Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas do tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.
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