sexta-feira, 4 de setembro de 2009

INTERNET: NINGUÉM SEGURA O CÉREBRO ELETRÔNICO

Finalmente o Zé Dirceu deu uma dentro. Ou quase.
O ex-ministro da Casa Civil afirmou em post no seu blog, nesta quinta-feira (3/9) que as restrições impostas à cobertura eleitoral na internet configuram "censura" e colocam o país na "idade das trevas".
"Isso sim é censura. É medo da internet. Pode significar o começo do fim da liberdade na web. E aí se estará jogando o país na idade das trevas. Ora, só acessa a rede quem quer. Nela, e pelo que ela veicula, a responsabilidade é de quem escreve", disse.
PAPO DE OTÁRIO
O Zé, apesar de safado, está quase certo, pois nem ele sacou que é impossível enquadrar a Internet. Aliás, ninguém segura a Internet e chega a ser hilário de gouveia ver um monte de políticos e juristas discutindo como disciplinar o indisciplinável, criando regras e idéias que serão dragadas pelos rackers e pela meninada que domina a tecnologia de informação.
 
A Internet é a coisa mais livre, anárquica e comunista que existe no mundo de hoje. Tudo pode e é permitido na Internet, que está vivinha da silva no meu, no seu, no nosso, nos milhões de computadores espalhados e perdidos por este mundão de Deus.
 
Então, é algo que não tem como se enquadrar. Assim, é importante entender logo que Internet vai ter um papel extraordinário nas próximas eleições. Quem souber usá-la, vai se dar bem, vai chegar mais fácil aos eleitores e conseguir seus votos. Quem não souber, será engolido pela modernidade da era cibernética.

Por falar em Internet, Gilberto Gil compôs lá no início da sua carreira, no tempo da tropicália, uma canção que vale a pena ser relembrada neste momento onde o Congresso Nacional busca domar o indomável.

Cérebro Eletrônico

O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo

O cérebro eletrônico comanda
Manda e desmanda
Ele é quem manda
Mas ele não anda

Só eu posso pensar
Se Deus existe
Só eu
Só eu posso chorar
Quando estou triste
Só eu
Eu cá com meus botões
De carne e osso
Eu falo e ouço. Hum

Eu penso e posso
Eu posso decidir
Se vivo ou morro por que
Porque sou vivo
Vivo pra cachorro e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
No meu caminho inevitável para a morte
Porque sou vivo
Sou muito vivo e sei

Que a morte é nosso impulso primitivo e sei
Que cérebro eletrônico nenhum me dá socorro
Com seus botões de ferro e seus
Olhos de vidro