domingo, 27 de setembro de 2009

MILTON NASCIMENTO CONVERSA COM JK EM BRASÍLIA

Fotos de JK com diferentes expressões colocadas em torno do palco cria "ambiente de diálogo" entre o cantor e o eterno presidente na festa de abertura dos 50 anos de Brasília 

 

 Por Luis Turiba

 

No céu-mar de Brasília uma meia lua-inteira testemunhou: Milton Nascimento com a voz transcendental que Deus lhe presenteou e conservou, cantou como nunca para celebrar o aniversário de nascimento do eterno presidente Juscelino Kubitschek.

E assim, com a melhor música de Minas e do Brasil, foi dado início às comemorações do cinqüentenário de Brasília. Espetáculo monumental que aconteceu na noite deste sábado, 26 de setembro.

No anfiteatro montado nos fundos do Museu de República, em plena Esplanada dos Ministérios, cerca de oito mil pessoas assistiram a tudo e presenciaram uma espécie de diálogo metafórico entre JK e Milton. No palco, o cantor. O presidente se fez multipresente nas fotos, na sofisticada exposição multimídia, no espírito brasiliense de ser e curtir a vida e os grandes momentos culturais.

 

Uma noite inesquecível de muitos aprendizados e emoções. Ao final, no tão esperado bis, um descuido descabido quase bota tudo a perder. Mas o arranhão não tirou o brilho da noite.

 

DIÁLOGO

 

De cara, Milton mandou logo "Paula e Bebeto", uma linda canção dele e de Caetano Veloso, única composição de ambos que levanta bandeira: "qualquer maneira de amor vale a pena, qualquer maneira de amor vale amar."

Nos dois lados do palco, na parte de cima, duas fotos de JK em preto-e-branco, com a mão no queixo e ar pensativo, dava a impressão que o presidente a tudo aprovava. Afinal, ninguém melhor do que JK soube amar de uma maneira monumental.

E Milton seguiu cantando e contando belas histórias do presidente. A imagem de JK em cima do palco, ora gargalhava, ora tinha o ar solene, às vezes de felicidade, em outros de desilusão. Mas sempre sereno e altivo.

Milton desvendou o mistério da clássica foto de Juscelino com a galera do Clube de Esquina em uma ladeira de Diamantina, tirada nos anos 70. Naquela manhã, Milton cantou para o presidente a belíssima canção "Brasil é o Beco do Mota". Este beco é um lugar da cidade colonial mineira onde a zona de prostituição fica quase nos fundos da catedral.
 
Neste momento, JK voltou a sorrir e comentou com Milton: "vocês são de morte! Qualquer dia, amigo, eu volto pra te encontrar".

 

  

Um comentário:

suesaphira disse...

O que houve no final do show?