quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ENSAIO DO SAMBA DA BEIJA-FLOR EM BRASÍLIA

Por Luis Turiba

 

Os brasilienses que vão desfilar na Beija-Flor na madrugada de domingo (14) para segunda (15) de carnaval, cantando a fundação de Brasília e seus 50 anos, farão um ensaio especial para aprender (e apreender) o samba e os movimentos da escola na avenida.

 

O encontro será nesta segunda-feira, dia 1º de fevereiro, no restaurante Coco-Bambu, bem atrás do Pier 21, a partir das 19 horas, com a bateria da ARUC, sob o comando da animada jornalista Jane Godoy e de Silvestre Gorgulho.

 

A grande novidade será a presença da porta-bandeira Selmynha Sorriso e do mestre-sala Claudinho, durante o ensaio. Também um dos autores do samba-enredo, Dílson Marimba, estará no ensaio cantando animadamente o hino da escola para este carnaval. Eles irão ensinar os passos e as gingas aos foliões brasilienses.

 

 Selmynha deu essa breve entrevista a Jane Godoy que ora republicamos no blog.

 

P-  Faltando duas semanas para o Carnaval 2010, como estão os trabalhos de produção da Beija Flor para o desfile?

 

SELMINHA SORRISO - A Beija-Flor é uma escola campeã, e muito deste sucesso vem da disciplina e do profissionalismo com que conduzimos os trabalhos no barracão nos últimos anos. Os obstáculos e os atrasos que acontecem são previsí­veis, e dificilmente atrapalham o andamento da operação. Com a definição do enredo "Brilhante ao sol do novo mundo. Brasí­lia, Capital a Esperança", começamos a trabalhar no conceito e nos detalhes que vão embalar o desfile. Tenho que confessar que tinha uma imagem distorcida de Brasília. Mas as visitas que fizemos, ao lado de Laí­la, Alexandre Lousada, Fran Oliveira Santos e Ubiratan Silva, serviram para mostrar o lado mais belo e diverso da capital do Brasil. Levaremos para a avenida a construção de uma cidade, a história de um povo. Um enredo que vai cantar a cultura, a arte, a alegria e a saga de um sonho. Brasília é um sonho e ajudou o Brasil a ocupar uma grande região que é o Centro-Oeste.

 

P-  A escola receia que manifestações do público possam atrapalhar a

qualidade do desfile?

 

SELMINHA SORRISO - Como alguém vai se manifestar contra a Beija-Flor ou contra a epopéia da construção da nova Capital do Brasil? Não vai ser um desfile polí­tico. Nós vamos levar para a Sapucaí­ a saga de uma cidade criada a partir do sonho e da criação genial de nomes como JK, Niemeyer, Lúcio Costa, Athos Bulcão, Burle Marx e tantos outros. E mais: a Beija-Flor vai mostrar que esta é uma cidade que pulsa no ritmo de seus moradores, se ilumina por conta de seu céu, que se mostra intensa a partir de sua diversidade cultural. A cada visita que fizemos, Brasí­lia crescia diante de nossos olhos. A gente aprendeu a gostar dos candangos, das cidades satélites, dos poetas, dos sambistas da ARUC onde eu e o Claudinho fizemos vários oficinas de carnaval.

Uma coisa é certa: muita gente vai se surpreender com o que vamos mostrar. Os brasileiros tem que ver uma Brasí­lia sem os polí­ticos. Tem conhecer Brasí­lia por seus monumentos, seu urbanismo inovador, sua criação cultural, seus poetas, seus sambistas, seus repentistas. Até um dos autores do samba da Beija-Flor mora em Taguatinga, o Dílson Marimba. Gente, eu vi. Brasí­lia tem alma, tem orgulho e tem cultura.

 

P - A Beija Flor está feliz com este enredo?

 

SELMINHA SORRISO - É uma honra para a Beija-Flor ser escolhida para cantar os primeiros 50 anos de uma capital reconhecida, entre outros méritos, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Uma cidade adorada por seus habitantes e por todos que vieram para Brasí­lia. Uma epopéia cercada de personagens, folclores, cantos, danças, culinária vindos de todos os cantos do País e que chega aos 50 anos com uma vitalidade impressionante. Brasí­lia é hoje a quarta cidade brasileira em população.

 

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