terça-feira, 26 de janeiro de 2010

UM POEMA PARA ARIOSTO

Ariosto

            In memoriam

Luiz Martins da Silva

 Eu o conheci,

Ao tempo em que contava

Histórias do charque

E do chimarrão.

 

Eu o conheci,

Nas lides da lira,

Nas militâncias gerais

E da profissão.

 

Eu o conheci,

Também no por vez

Do mais conhecível das pessoas,

Que é quando olham nos olhos.

 

Eu o conheci, nas palavras do amigo,

Na estirpe do poeta-fidalgo,

Sócio-fundador da Ordem

Dos Cavalheiros Meigos.

 

Achava-lhe engraçado o nome

Que o trocava por Aoristo,

Esse misterioso tempo antiverbo,

Mas que impregna conjugações de doçura.

 

És, agora, tempo passado:

Encomendas de saudades,

Que já se precipitam muito antes

De vencer-se o reembolso postal.

 

Agora, meu caro vate,

Faço-o símbolo, signo, selo

De amizade selada,

Colada, carimbada, tchê.

 


Um comentário:

Bárbara Hartz disse...

Turiba, Luiz Martins e amigos,

Participarei à distância, em pensamento, dessa justa homenagem ao Ariosto, que nos deixou.

Lembrarei sempre da suavidade que ele transmitia.

E, agora, também "faço-o símbolo de amizade selada".

Com um forte abraço a todos,
Bárbara